INSTITUI O PROGRAMA DE INDICAÇÃO AMBULATORIAL NAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE MARACANAÚ E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
A presente proposição tem por finalidade instituir o Programa de Indicação Ambulatorial (PIA) nas escolas da Rede Pública Municipal de Maracanaú, com o objetivo de garantir que crianças e adolescentes tenham acesso adequado e oportuno aos serviços de saúde e assistência psicossocial ofertados pelo município.
É de amplo conhecimento que o ambiente escolar é um espaço privilegiado para a identificação precoce de dificuldades que podem comprometer o desenvolvimento integral do estudante, incluindo aspectos físicos, emocionais, comportamentais e cognitivos. Professores, gestores escolares e demais profissionais que convivem diariamente com os alunos são capazes de perceber sinais e mudanças que, muitas vezes, demandam avaliação ou acompanhamento especializado.
Todavia, a ausência de fluxos formais de encaminhamento e acompanhamento limita a eficácia dessas percepções e acaba por retardar intervenções fundamentais para o bem-estar e a aprendizagem dos estudantes. Assim, o Programa de Indicação Ambulatorial busca formalizar, organizar e fortalecer o processo de encaminhamento aos serviços de saúde, criando uma ponte efetiva entre escola, família e rede municipal de atendimento.
A proposição fundamenta-se nos princípios constitucionais previstos nos artigos 6º, 196 e 227 da Constituição Federal, que asseguram a educação e a saúde como direitos sociais, bem como atribuem prioridade absoluta à proteção integral de crianças e adolescentes. Ademais, alinha-se às diretrizes estabelecidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal nº 8.069/1990), que determina, em seus artigos 4º e 7º, o dever do Estado de garantir acesso universal e integral aos serviços de saúde.
Referente ao ponto de vista educacional, o Programa converge com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996), que estabelece, em seu artigo 3º, os princípios da garantia de padrão de qualidade e da vinculação entre educação escolar, trabalho e práticas sociais. A identificação precoce de fatores que impactam o desenvolvimento cognitivo, emocional ou comportamental do estudante é condição essencial para assegurar o pleno exercício do direito à aprendizagem.
O projeto também dialoga com a política intersetorial do Programa Saúde na Escola (Decreto nº 6.286/2007), que prevê a articulação entre as secretarias de Educação e Saúde para ações de promoção, prevenção e atenção à saúde de estudantes da educação básica.
Estudos nacionais e internacionais apontam que intervenções precoces reduzem significativamente impactos negativos no processo de ensino e aprendizagem, melhoram indicadores de frequência escolar, contribuem para a prevenção de agravos e fortalecem a rede de proteção social. Dessa forma, o presente Projeto de Indicação traduz-se em uma medida de grande alcance social e de baixo custo para o Município, visto que utiliza estruturas já existentes, apenas organizando e aprimorando fluxos entre instituições.
Ao garantir atendimento sistematizado, humanizado e articulado, o Programa de Indicação Ambulatorial favorece o desenvolvimento integral dos estudantes, promove a inclusão, reduz desigualdades e contribui diretamente para a construção de uma escola mais acolhedora, segura e efetiva.
Diante do exposto, e considerando a relevância social, educacional e preventiva desta proposta, solicito o apoio dos nobres pares para a aprovação deste Projeto de Indicação.
| Data | Fase | Vinculação | Situação | Observação |
|---|---|---|---|---|
| 07/12/2025 10:34:42 | CADASTRADO | AGENTE: AMANDA OLIVEIRA RODRIGUES PORTELA | CADASTRADO | |
| 08/12/2025 09:56:49 | LEITURA NO EXPEDIENTE | 79ª (SETUAGÉSIMA NONA) SESSÃO ORDINÁRIA DA 11ª (DÉCIMA PRIMEIRA) LEGISLATURA (2025 - 2028) - 1º PERÍODO (01/01/2025 À 31/12/2025) DE 9 DE DEZEMBRO DE 2025 - LEITURA DO EXPEDIENTE mais | EM TRAMITAÇÃO |
| Nome | Cargo | Orgão |
|---|---|---|
Vossa Excelência Roberto Soares Pessoa |
Prefeito |
Maracanaú |
ART. 1º - FICA INDICADO, NO ÂMBITO DAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE MARACANAÚ, O PROGRAMA DE INDICAÇÃO AMBULATORIAL (PIA), COM A FINALIDADE DE IDENTIFICAR, ORIENTAR E ENCAMINHAR ESTUDANTES QUE APRESENTEM SINAIS DE NECESSIDADE DE ATENDIMENTO CLÍNICO, PSICOLÓGICO, PSICOSSOCIAL OU TERAPÊUTICO PARA OS SERVIÇOS AMBULATORIAIS ADEQUADOS DA REDE MUNICIPAL.
ART. 2º - SÃO OBJETIVOS DO PROGRAMA DE INDICAÇÃO AMBULATORIAL:
I – PROMOVER A DETECÇÃO PRECOCE DE CONDIÇÕES QUE POSSAM COMPROMETER O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DO ESTUDANTE;
II – FORTALECER O VÍNCULO ENTRE ESCOLA, FAMÍLIA E SERVIÇOS DE SAÚDE;
III – GARANTIR O ACESSO DOS ESTUDANTES AO ATENDIMENTO AMBULATORIAL QUANDO NECESSÁRIO;
IV – REDUZIR IMPACTOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DECORRENTES DE DEMANDAS NÃO ATENDIDAS DE SAÚDE FÍSICA, EMOCIONAL OU COMPORTAMENTAL;
V – CONTRIBUIR PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA E DO DESEMPENHO ESCOLAR DOS ALUNOS.
ART. 3º - O PROGRAMA SERÁ DESENVOLVIDO DE FORMA INTEGRADA ENTRE AS SECRETARIAS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO, SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL, RESPEITANDO-SE OS SEGUINTES PRINCÍPIOS:
I – SIGILO DAS INFORMAÇÕES, CONFORME LEGISLAÇÕES VIGENTES;
II – RESPEITO À AUTONOMIA E AOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE;
III – ATENDIMENTO HUMANIZADO E INTERDISCIPLINAR;
IV – PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE ACOMPANHAMENTO.
ART. 4º - O PROJETO AMBULATORIAL PODERÁ SER REALIZADO POR:
I – EQUIPE PEDAGÓGICA ESCOLAR;
II – EQUIPE MULTIPROFISSIONAL VINCULADA ÀS ESCOLAS, QUANDO HOUVER;
III – PROFISSIONAIS DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE);
IV – RESPONSÁVEIS LEGAIS PELOS ESTUDANTES.
ART. 5º - DETECTADA A NECESSIDADE DE ATENDIMENTO, CABERÁ À ESCOLA:
I – REGISTRAR A OBSERVAÇÃO OU DEMANDA IDENTIFICADA;
II – COMUNICAR À FAMÍLIA OU RESPONSÁVEL LEGAL;
III – ORIENTAR QUANTO AO SERVIÇO AMBULATORIAL ADEQUADO DISPONÍVEL NO MUNICÍPIO;
IV – ACOMPANHAR O PROCESSO DE ENCAMINHAMENTO, QUANDO AUTORIZADO PELA FAMÍLIA;
V – REGISTRAR O RETORNO DAS INFORMAÇÕES SOBRE O ATENDIMENTO, QUANDO DISPONIBILIZADAS.
ART. 6º - A SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DEVERÁ GARANTIR:
I – OFERTA DE VAGAS NAS UNIDADES AMBULATORIAIS DO MUNICÍPIO;
II – PRIORIZAÇÃO, QUANDO NECESSÁRIO, DE ESTUDANTES ENCAMINHADOS PELO PROGRAMA;
III – INTEGRAÇÃO COM OS SERVIÇOS DE ATENÇÃO BÁSICA, PSICOLOGIA, FONOAUDIÓLOGA, TERAPIA OCUPACIONAL, ASSISTÊNCIA SOCIAL E DEMAIS ESPECIALIDADES PERTINENTES;
IV – FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFISSIONAIS E EQUIPES ESCOLARES SOBRE SINAIS DE ATENÇÃO E FLUXOS DE ENCAMINHAMENTO.
ART. 7º - A PARTICIPAÇÃO NO PROGRAMA NÃO SUBSTITUI ATENDIMENTOS CLÍNICOS JÁ EXISTENTES, PODENDO ATUAR DE MANEIRA COMPLEMENTAR AS AÇÕES DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE) E OUTRAS POLÍTICAS MUNICIPAIS.
ART. 8º - O PODER EXECUTIVO PODERÁ FIRMAR CONVÊNIOS E PARCERIAS COM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS OU PRIVADAS, INSTITUIÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS, PROFISSIONAIS DA SAÚDE VISANDO À IMPLEMENTAÇÃO E EXECUÇÃO DO PROJETO.
ART. 9º - AS DESPESAS DECORRENTES DA EXECUÇÃO DESTA LEI CORRERÃO POR CONTA DE DOTAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS PRÓPRIAS, SUPLEMENTADAS SE NECESSÁRIO.
ART. 10 - ESTA LEI ENTRA EM VIGOR NA DATA DE SUA PUBLICAÇÃO.