INSTITUI O PROGRAMA DE VACINAÇÃO DOMICILIAR PARA PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NO MUNICÍPIO DE MARACANAÚ E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
O presente Projeto surge da necessidade urgente de garantir dignidade, respeito e acessibilidade às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no município de Maracanaú, especialmente no momento crucial da vacinação. Esta proposta ecoa o clamor de mães e pais que enfrentam barreiras imensas para imunizar seus filhos, muitas vezes sendo forçados a desistir diante das dificuldades estruturais e da ausência de adaptação dos serviços de saúde às suas necessidades específicas. Para muitas crianças com TEA, filas longas, ruídos excessivos e mudanças bruscas na rotina podem desencadear crises severas. Para muitas dessas famílias, a única opção é desistir. Mas desistir da vacinação significa expor essas pessoas a doenças graves e evitáveis.
E isso não pode ser um preço aceitável para uma sociedade que se pretende inclusiva. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, estabelece que a saúde é direito de todos e dever do Estado, o que inclui garantir que as políticas de vacinação sejam acessíveis a todos os cidadãos, especialmente àqueles que necessitam de atendimento diferenciado. O direito à saúde é um direito fundamental previsto na Constituição Federal de 1988, garantindo o acesso universal e igualitário aos serviços de saúde. As Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem apresentar reações sensoriais intensificadas (hipersensibilidade) ou diminuídas (hipossensibilidade) a estímulos ambientais, o que pode impactar significativamente suas rotinas e acessibilidade a serviços de saúde. A hipersensibilidade pode gerar desconforto extremo a sons altos, luzes brilhantes, toques leves, odores fortes e certas texturas alimentares, enquanto a hipossensibilidade pode levar à busca por estímulos mais intensos, como pressão física ou movimentos repetitivos. Essas particularidades tornam ambientes hospitalares e postos de vacinação altamente desafiadores para muitas pessoas com TEA, justificando a necessidade da vacinação domiciliar como uma alternativa para garantir um atendimento humanizado e acessível, reduzindo o risco de crises e assegurando a imunização desse grupo. Sendo assim, a presente proposta busca assegurar que pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) possam ser vacinadas em casa por equipes especializadas, pois é comprovado que a vacinação nos postos de saúde representa um desafio para elas. Além de ser uma questão de direitos humanos, trata-se também de um tema essencial para a saúde pública. Quanto maior a cobertura vacinal, maior será a proteção coletiva contra surtos de doenças evitáveis.
Vale ressaltar que a vacinação domiciliar já é realidade em diversos municípios para idosos acamados e pessoas com deficiência severa. No entanto, ainda há lacunas no atendimento a pessoas com TEA, especialmente àquelas que apresentam dificuldades extremas de adaptação ao ambiente dos postos de saúde. A adequação desse serviço para contemplar essa parcela da população exige apenas a capacitação das equipes de saúde e a implementação de um sistema eficiente de agendamento, medidas plenamente viáveis e de aplicação gradual. Não podemos continuar ignorando a realidade dessas famílias. Cada vacina não aplicada representa um direito negado e uma vida exposta ao risco. A aprovação deste Projeto é um passo essencial para garantir que nenhuma pessoa com o transtorno do espectro autista fique sem proteção e um atendimento eficiente e seguro. Que Maracanaú seja referência na inclusão e no respeito às necessidades das pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Peço, portanto, o apoio de todos os nobres vereadores para que esta proposta seja aprovada e transformada em lei.
| Data | Fase | Vinculação | Situação | Observação |
|---|---|---|---|---|
| 31/07/2025 10:58:40 | CADASTRADO | AGENTE: RAFAEL CAVALCANTE LACERDA | CADASTRADO | |
| 01/08/2025 08:23:29 | LEITURA NO EXPEDIENTE | 43ª (QUADRAGÉSIMA TERCEIRA) SESSÃO ORDINÁRIA DA 11ª (DÉCIMA PRIMEIRA) LEGISLATURA (2025 - 2028) - 1º PERÍODO (01/01/2025 À 31/12/2025) DE 5 DE AGOSTO DE 2025 - LEITURA DO EXPEDIENTE mais | EM TRAMITAÇÃO |
ART.1º- FICA INSTITUÍDO O PROGRAMA DE VACINAÇÃO DOMICILIAR PARA PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA), NO ÂMBITO DO MUNICÍPIO DE MARACANAÚ, COM O OBJETIVO DE GARANTIR A IMUNIZAÇÃO DESSE GRUPO DE FORMA ACESSÍVEL E ADAPTADA ÀS SUAS NECESSIDADES ESPECÍFICAS.
ART. 2º- PARA OS FINS DESTA LEI, CONSIDERA:
I - VACINAÇÃO DOMICILIAR: A APLICAÇÃO DE VACINAS EM DOMICÍLIO, PARA PESSOA COM O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) QUANDO A MESMA NÃO PUDER SE DESLOCAR ATÉ UM POSTO DE VACINAÇÃO DEVIDO A SUAS CONDIÇÕES ESPECÍFICAS;
II - PROCESSO DE VACINAÇÃO DOMICILIAR: INCLUI A AVALIAÇÃO PRÉVIA DA NECESSIDADE DO ATENDIMENTO, O AGENDAMENTO, A APLICAÇÃO DA VACINA POR EQUIPE ESPECIALIZADA E O REGISTRO DA IMUNIZAÇÃO.
ART. 3º- SÃO DIRETRIZES DO PROGRAMA DE VACINAÇÃO DOMICILIAR PARA PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA):
I - ASSEGURAR A VACINAÇÃO EM DOMICÍLIO PARA PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA), MEDIANTE SOLICITAÇÃO DE SEU RESPONSÁVEL LEGAL;
II - GARANTIR QUE A PESSOA COM TEA OU SEU RESPONSÁVEL LEGAL POSSA APRESENTAR UM LAUDO MÉDICO, CARTEIRA DE IDENTIFICAÇÃO DA PESSOA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (CIPTEA) OU RELATÓRIO EMITIDO POR PROFISSIONAL DE SAÚDE QUE ATESTE SUA CONDIÇÃO E A NECESSIDADE DE VACINAÇÃO DOMICILIAR, SENDO ESSE DOCUMENTO VÁLIDO POR TEMPO INDETERMINADO, SEM NECESSIDADE DE REVALIDAÇÃO PERIÓDICA;
III - OFERECER MAIOR CONFORTO E SEGURANÇA ÀS PESSOAS COM TEA DURANTE AS CAMPANHAS DE VACINAÇÃO, MINIMIZANDO FATORES ESTRESSORES E PROMOVENDO UM AMBIENTE ADEQUADO PARA A IMUNIZAÇÃO;
ART. 4º- O PODER EXECUTIVO REGULAMENTARÁ ESTA LEI NO QUE COUBER
ART. 5º-º ESTA LEI ENTRA EM VIGOR NA DATA DA SUA PROMULGAÇÃO.